29 de setembro de 2009

Os caloiros e a praxe


Estive a pensar (sim… é raro… mas de vez em quando penso!) e hoje decidi escrever sobre o meu ano de caloira e sobre a praxe, até porque agora é a altura de vários alunos se verem nessa pele.

Ora bem… Comigo foi assim:


Quando me inscrevi na universidade uma das primeiras coisas que me passou pela cabeça foi: “E agora? Como serão as praxes? Serão muito mauzinhos? No que eu me vou meter…”. E lá fui vivendo os dias que me restavam de férias com uma pontazinha de insegurança e nunca tirando este pensamento da cabeça!
No primeiro dia de universidade saí de casa a tremer, sempre na expectativa. Quando cheguei lá e vi aquele bando trajado, só me ocorreram duas palavras: ME-DO (não, não sou burra… sei perfeitamente que são duas sílabas). E quando comecei a ouvir a linguagem de praxe, a expressão: “Onde me vim meter!” nunca tinha feito tanto sentido.
A tal linguagem era bastante interessante, do género: “cus pra baixo!” (ou seja, baixem a cara!), ou “Cascos no ar!” (Mãos no ar!), ou “Não mostra a cremalheira!” (Não ri!), entre outras expressões bastantes caricatas. O certo é que realmente nunca me tinham dito que aquilo iria ser fácil.
A semana de recepção ao caloiro foi o melhor e o pior ao mesmo tempo: a inquietação e a alegria de ser caloira e todo aquele convívio baralhavam-me e cheguei mesmo a pensar em me declarar anti-praxe, e quando este pensamento me assombrava eu matutava: “aqueles caramelos que me estão a praxar conseguiram aguentar a praxe, por isso eu também tenho que conseguir!” (era o medo que falava!). E ás vezes muito contrariada lá sobrevivia a mais um dia de praxe. A verdade é que chegava a casa muito cansada, mas esse cansaço era fruto de muita diversão.
Mas tenho que assumir que adorei ser caloira! Os momentos bons foram tantos que nem sei… Superam todos aqueles menos bons.
A praxe é super importante porque a maior parte das pessoas que ingressam no ensino superior, vão para a universidade sem conhecer ninguém e isso acabaria por ser complicado para aqueles que rejeitam a praxe. É na praxe que nos ambientamos àquele novo mundo: conhecemos gente nova e passamos por novas experiências!
É preciso nunca esquecer que praxe é integração e nunca humilhação! E quando deixa de ser assim é preciso denunciar!
Hoje, que já não sou caloira chego a ter saudades de o ser!

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